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O caminho para superar a crise como nação é olhar para os fatos excluídos do nosso passado histórico e honrar aqueles que vieram antes

 

Por Alice Duarte

Em um de seus últimos seminários no Brasil, em 2016, o alemão Bert Hellinger, criador da Constelação Familiar, e sua esposa Sophie comentaram sobre a crise política e econômica do nosso país naquela época  (que culminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff).

Para o casal Hellinger, o Brasil havia se tornado um país ingovernável porque nos faltava olhar para os fatos obscuros do nosso passado histórico e honrar aqueles que vieram antes.

O que eles disseram quatro anos atrás sobre nós continua sendo crucial neste momento em que vivemos três crises simultâneas: a sanitária (por conta da Covid-19), a econômica (consequência da pandemia) e a política (do atual governo de Bolsonaro, com índice de rejeição chegando a 50%).

SOMOS UM PAÍS SEM MEMÓRIA

Reflita comigo: quais são os fatos negados, ocultados ou ignorados do nosso passado? Uma lista rápida vai incluir necessariamente o genocídio das nações indígenas, a escravidão, as guerras travadas no e pelo Brasil –  e contadas pela metade nos livros didáticos (como a Guerra do Contestado e a Guerra do Paraguai) – , as atrocidades da ditadura militar e por aí vai. O casal Hellinger disse que enquanto a população brasileira também excluir os povos de origem, nosso país continuará a ser ingovernável.

Quem são aqueles que vieram primeiro, antes de o Brasil ser instituído como nação soberana? Os índios. E quem veio depois e ajudou a formar o país como conhecemos hoje? Os portugueses e africanos. Os índios nativos que não se curvaram foram mortos, os que sobreviveram foram “catequizados” e proibidos de seguir suas tradições. Seus descendentes hoje ainda lutam pelo direito de viver em suas próprias terras. Os africanos trazidos à força foram escravizados e seus descendentes ainda carregam a herança do racismo. Mulheres índias e negras foram estupradas e subjugadas pelos homens europeus que aqui chegavam e suas descendentes ainda carregam este trauma e direcionam sua raiva e desprezo aos homens de hoje.

Os portugueses sempre foram alvo de chacota e piadas desrespeitosas e são apontados por muitos como a causa da corrupção sistêmica que se instalou atualmente no país. Como avançar como nação com toda essa exclusão? Dessa forma nós violamos dois dos princípios fundamentais para o desenvolvimento de qualquer sistema: a ordem (hierarquia) e o direito de pertencimento.

Respeitar a ordem dentro de qualquer sistema – uma família, uma empresa ou país –  é reconhecer e honrar quem veio primeiro, as raízes. É preciso dar um lugar em nossos corações a todos esses povos, culturas e nações. Afinal, somos quem somos e estamos onde estamos graças àqueles que vieram antes de nós e a tudo o que viveram. Só existe árvore grande e frondosa com raízes fortes e profundas. Caso contrário, o destino é a queda.

Só existe uma forma de nos colocar em paz com o nosso passado histórico: olhando e aceitando tudo o que foi, da forma como foi, sem lentes cor de rosa e sem rejeição.

Ao adotar essa postura, podemos enfim reconhecer e honrar nossas origens. E ao abrir mão do julgamento, algo mágico acontece. Podemos deixar o passado no passado. Não será mais preciso revivermos aquilo que foi difícil e teremos a força para irmos adiante, em direção ao novo, ao criativo.

Por fim, compartilho abaixo um vídeo no qual também falo sobre a crise brasileira dentro da visão sistêmica:

 
 

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2 pensamentos em “Por que o Brasil continua sendo um país ingovernável?

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