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Leia o relato completo de um trabalho de Constelação Familiar individual feito a partir de imagens internas

Por Alice Duarte
Imagem: Beth Moon

Ano passado uma cliente me procurou para uma sessão de constelação individual com uma queixa comum a muitas mulheres.  Embora estivesse solteira há três anos e disposta a conhecer outro homem, não conseguia entender o porquê de sua dificuldade em encontrar um parceiro. Outro fato, que acontecia de forma repetida nos últimos anos, também a intrigava. Os homens pelos quais havia se interessado não estavam disponíveis para um relacionamento, por uma mesma razão: estavam casados.

Nessa situação, eu decidi trabalhar apenas com suas imagens internas. Após conduzi-la a um estado de relaxamento, disse a ela que se colocasse, mentalmente, num espaço de visão interna. A partir dali pedi que não interferisse nem construísse nada, apenas observasse e relatasse as imagens e movimentos que fossem surgindo em sua mente.

No início ela relatou que o campo ao seu redor estava tomado por uma neblina e que seu corpo começou a se movimentar de forma estranha, caminhando em círculos. Após dar algumas voltas sobre si mesma, e sentindo-se um pouco tonta, ela finalmente parou e uma imagem de um tronco de árvore começou a se formar e a se sobrepor à imagem de seu corpo. De repente, o tronco foi se partindo ao meio: o lado direito envergou até cair no chão, enquanto que o lado esquerdo permaneceu em pé, firme, mas com uma imagem ligeiramente apagada, sem nitidez.

Ela foi descrevendo que, sobreposta àquela metade do tronco que tombou até o chão, havia sua própria imagem deitada de lado e de olhos fechados. Parecia dormir profundamente. Disse que para conseguir um parceiro e ter sucesso nos relacionamentos ela precisaria estar inteira, honrando e integrando o aspecto masculino de sua existência (o pai e a linhagem paterna) – aqui representado pelo lado direito do corpo –, com o aspecto feminino (mãe, linhagem materna) – representado pelo lado esquerdo. E pedi para ela repetir algumas vezes a frase: “Papai, por favor!”

Algum tempo depois surgiu da névoa à sua frente um dos homens casados por quem ela havia se interessado recentemente. Ele veio caminhando em sua direção, olhou alguns instantes para a parte dela que estava deitada e tentou levantá-la pelos braços, mas sem sucesso. Mas ela continuava profundamente adormecida, sem reação. A parte que permanecia em pé continuava olhando com preocupação para a parte deitada. E sentiu o impulso de dizer: “Por favor, preciso de você pra ficar inteira.” O homem então se afastou, virou para o lado e saiu do campo.

Foi então que a parte dela começou, muito lentamente, a abrir os olhos e a se levantar. Simultaneamente, a imagem sobreposta do tronco de árvore  foi se erguendo num movimento forte e contínuo até se juntar com a outra metade. Quando finalmente pôde se fundir por completo, a cliente sentiu uma grande força interna e visualizou que seus pés eram raízes enterradas no chão. “Isso é muito bom”, disse. “Sinto-me realmente forte e muito bem estável nessa posição, mas ao mesmo tempo um pouco presa, paralisada.”

Logo em seguida surgiu à sua frente a imagem de um novo homem, com quem ela tivera alguns poucos encontros e estava em dúvida se deveria seguir adiante. Muito lentamente ele começou a caminhar em sua direção e ela sentiu seu corpo querendo se mover em direção a ele, mas seus pés estavam presos no chão, enterrados como raízes. Percebendo que a cliente estava um pouco ansiosa nesse momento, pedi que ela aguardasse os próximos movimentos, sem intenção e sem querer alterar nada. O homem então se aproximou dela e lhe estendeu a mão. Com esse pequeno e poderoso gesto, ela finalmente pôde dar o primeiro passo. “Agora sinto meus pés como raízes sendo arrancadas da terra.”

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Logo ele se juntou a ela e finalmente puderam caminhar lado a lado. Toda aquela névoa que encobria o campo se dissipou e um caminho se abriu diante deles, com um sol brilhando no horizonte.  Ela o olhou, sorriu e teve vontade de dizer: “Muito obrigada!” E ali encerramos a constelação.

Ela ficou muito impressionada com as imagens do campo e com o resultado do trabalho e quis fazer várias perguntas: “Mas afinal, o que estava por trás da minha dificuldade em se relacionar? Minha relação com o meu pai? Estava emaranhada com alguém do meu sistema familiar? Alguém do lado paterno? O que simbolizava aquela parte minha que estava deitada no chão de olhos fechados?” De fato, como interpretar tudo isso? Segundo Bert Hellinger, precisamos confiar e nos render plenamente aos movimentos que se revelam e nos atingem de forma irresistível numa constelação. Somos levados, diz ele, por forças criadoras que vão muito além da vontade e intenções pessoais – seja do cliente, do representante ou do facilitador.

Sob a perspectiva das Novas Constelações, essas forças nos levam para além daquilo que nós vivenciamos como problemas e que procuramos resolver e superar do nosso jeito, com nossa consciência disponível no momento. O que toma conta do trabalho de constelação a certa altura é esta outra consciência, uma consciência universal, que leva cada um para além dos limites de sua própria consciência.

É natural termos uma curiosidade irresistível depois de uma constelação. Nossa mente racional inquieta não descansa na tentativa de encontrar explicação para tudo, afim de poder analisar se algo é lógico ou não. Mas precisamos abrir mão de querer entender pela razão, pois teorizar e julgar apenas enfraquece aquilo que é essencial. E o que foi essencial nesse trabalho? Que algo precisava ser visto, reconhecido, liberado e integrado. E isso aconteceu lindamente nessa constelação. A cliente finalmente pôde se abrir e estar inteira para o novo.

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2 pensamentos em “Abrir-se a um novo parceiro

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